A Família é a Culpada?

Quando a Terapia Familiar surgiu, na década de 50, nos Estados Unidos, diversos clínicos passaram a incluir a família nos atendimentos dos seus pacientes individuais e perceberam a influência da família na manutenção das doenças. Até então, os sintomas do paciente eram examinados isoladamente. Passou-se, então, a entender o indivíduo dentro do seu contexto social, mais precisamente dentro da família.

Percebeu-se, desta forma, que os comportamentos “disfuncionais” e desviantes de um paciente eram mais bem compreendidos quando se observava a maneira como a família interagia e havia se desenvolvido. O sintoma passou a ser reconhecido como um sinal de que a relação familiar precisava ser redefinida.

No tratamento do Transtorno Alimentar não foi diferente. Os estudos baseados em evidências, vem nos mostrando, cada vez mais que o trabalho com a família é fundamental para essa população, uma vez que a dinâmica da família pode influenciar tanto na determinação, no desenvolvimento quanto na manutenção dos transtornos alimentares.

As famílias costumam chegar à terapia familiar muito desconfiadas e pouco cooperativas e procuram manter o foco do seu relato no caso clínico do paciente. Esse relato geralmente se estende às primeiras sessões e isso acaba levando toda a família à exaustão somado a culpa, insegurança e medo.

É fundamental que o terapeuta familiar possa unir a família e oferecer a ela um espaço onde possam expressar esses sentimentos além de fornecer informações a respeito da doença e do estado do paciente.  Essas informações deixam a família mais segura e ao saberem que não são responsáveis por determinados comportamentos do paciente faz com que se sintam menos culpados.

É importante que as famílias sejam encorajadas a se engajarem no tratamento através de recursos a serem explorados na terapia e assim se sintam responsabilizados e não mais culpadas, promovendo saídas mais saudáveis para todos.

Isabelle Tortorella Carneiro Gassi – Psicóloga e Terapeuta Familiar. Especialista em Transtornos Alimentares.

a busca pelo corpo “perfeito”

Nesse domingo, após morte da influenciadora digital Liliane Amorim no Ceará, o Fantástico fez uma matéria muito interessante sobre a busca do corpo “perfeito”, para qual dei uma entrevista.

Claro que a morte dela, após uma lipo, foi em decorrência, aparentemente, de negligencia médica, mas a matéria levantou interessantes questões sobre até onde vamos por esse tal corpo “perfeito”.

Quem não assistiu no programa, pode conferir pelo globoplay.