Boa tarde, eu me chamo satisfação.

Sim, muito se diz sobre fome e saciedade. Vou até falar mais sobre eles em outro momento, mas falamos pouco de SATISFAÇÃO! Ainda mais nós, mulheres, que por muito tempo fomos restringidas em nossos prazeres. Quer saber de uma coisa? Comer é, além de nutrição, prazer! Quem diria. E digo mais, prazer não é pecado.

Vou te explicar sobre o conceito de satisfação: você vai ao quilo, está no seu horário de almoço. Olha as opções disponíveis, sabe que está com fome e está consciente das suas sensações físicas.

Você monta o seu prato com uma bela porção de salada de folhas variadas, arroz integral, feijão, alguns legumes cozidos e um filé de frango. O prato está com uma quantidade suficiente para você e está colorido! Você comeu devagar e até deixou alguns grãos de feijão, sabia que estava saciada.

Mas teve uma coisa que não comentamos aqui. No momento em que passou os olhos pelas opções do restaurante viu uma panqueca de carne que estava simplesmente maravilhosa. Uma massa homogenia, lisinha. Um recheio que parecia o da sua avó e tinha queijo por cima, derretido, dourado. Você olhou, salivou, morreu de vontade, mas pensou: “puxa, panqueca, não é muito carboidrato? Ontem já comi um doce…. É muita massa, deixa para lá”.

No dia seguinte, seu prato foi montado novamente com maestria! Colorido, equilibrado, com um filé de salmão em vez de peixe. Mas a parte que você passou pelo escondidinho de carne seca com abóbora também ficou ai reprimida.

Quando começamos a acumular situações como essa, a satisfação cobra, e cobra alto. De repente, sem entender, um dia você “perde o controle”, come em demasia sem nem sequer ser algo que você gostava tanto. Vem a culpa e o sentimento de fracasso, principalmente pelo fato de que você atendeu seus sinais internos de fome e saciedade, fez refeições variadas e não insistiu na dieta.

Bem, será que não? Quando negamos nossos desejos constantemente, quando fingimos que não estamos com vontade de um determinado alimento para tentar ficar “na linha”, estamos sim restringindo e negando a nossa satisfação, o nosso prazer, a característica hedônica da comida.

Sim, comer vem em um tripé de fome, saciedade e satisfação. Precisamos nos sentir satisfeitas, felizes e com os desejos atendidos! Quando negamos a satisfação, fazemos a mesma coisa de quando tentamos restringir a quantidade. Abafamos, abafamos e explodimos!

Um bom exercício é pensar no que você gosta de comer! Pensar se suas escolhas refletem suas preferências. Assuma o prazer em comer, não tem nada de errado nisso! A comida mexe com todos os nossos sentidos e isso deve ser valorizado. Se suas escolhas te deixarem insegura, não titubeie em procurar alguém que te respeite, respeite as suas escolhas e consiga te orientar dentro das suas preferências e possibilidades.

Estar satisfeita com o que come é sim mandatório para uma alimentação equilibrada e saudável, tanto física quanto psicologicamente. Agora me diga, seu almoço hoje, te deixou feliz?

Natália G Vignoli, Nutricionista e participante do Grupo de Estudos #VcTemFomeDeQue?

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