O inferno são (as opiniões d)os outros

Uma queixa que sempre escuto em consultório é “as pessoas não entendem”. Seja no caso de uma pessoa que começou a buscar a perda do excesso de peso, ou de uma pessoa que parou de buscar um corpo “seco” e aceitou ganhar algumas curvas a mais, sempre que há uma mudança de hábito com propósito, há pessoas ao redor que não entendem.


E não basta não entender, não é? Precisam dar pitaco, e até reclamar. A verdade é que a mudança causa incômodo. Ela obriga as pessoas a nossa volta a passarem por certos questionamentos. E em troca, elas devolvem o incômodo para nós através de julgamentos.

E isso acontece com quase todo mundo. A pessoa que estava obesa, com riscos graves de saúde e agora consegue subir um lance de escadas, andar de bicicleta, curte comer uma saladona, é taxada de obsessiva. Ela não é vista como alguém que recobrou sua saúde, e sim alguém que cedeu à estética padrão. Já a pessoa que não quer buscar o corpo de capa de revista e passou a aceitar curvas e marcas a mais, não é vista como alguém que busca o equilíbrio mental, mas sim uma louca que desistiu do corpo que todos querem. Sabemos no fundo que essas críticas só veem a margem das questões, mas elas nos afetam — ainda mais no mundo da internet que toda opinião parece ser relevante.

O que fazer? O que você já fez. Se responsabilizar por sua decisão. Buscar as ações que queremos para nos sentir bem na nossa própria pele é responsabilidade nossa. Fácil? Não é. Mas não tem recompensa igual, nossa paz.

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